15/12/2009

Boas Festas!


Nascemos, nascemos, nascemos.

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.

O que Jesus nos diz é: "Também tu podes nascer",
pois nós nascemos, nascemos, nascemos.



José Tolentino Mendonça



14/12/2009

Natural de Torres Vedras: D. Manuel Clemente distinguido com Prémio Pessoa


Nasceu em Torres Vedras há 61 anos e tem-se destacado na Igreja e na sociedade portuguesas como homem de fé e de cultura. D. Manuel Clemente foi distinguido no dia 11 de Dezembro com o Prémio Pessoa 2009, entre outras razões, pela «postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, de combate à exclusão e da intervenção social da Igreja» e por ser «referência ética para a sociedade portuguesa no seu todo».
Historiador e teólogo, tem já uma extensa obra publicada, com títulos como Portugal e os Portugueses, Um só propósito ou Nas Origens do Apostolado Contemporâneo em Portugal – A Sociedade Católica (1843-1853).
D. Manuel Clemente é bispo do Porto desde 2007, além de presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, professor de História da Igreja e Director do Centro de Estudos de História Religiosa na Universidade Católica Portuguesa.

07/12/2009

O Cavaleiro da Dinamarca


O Cavaleiro da Dinamarca,
no Natal partiu,
foi visitar o lugar santo,
onde Jesus dormiu.

Um ano para ir,
outro para vir,
de vez em quando ia parando,
para poder dormir.

Foi para Jerusalém
e lá rezou.
A noite inteira,
lá ficou.

Depois seguiu até Veneza,
a cidade flutuante.
Contaram-lhe a história de uma rapariga,
cuja beleza era apaixonante.

No princípio de Maio,
chegou a Florença
contaram-lhe histórias,
dignas de realeza.

Era para ir para Flandres,
mas pelo caminho adoeceu.
Entrou no delírio,
mas não morreu.

Dirigiu-se para Génova
para retomar a ida a Flandres.
Não havia navio disponível.
Não conseguiu levar a sua avante.

Então atravessou os Alpes,
e a Antuérpia se dirigiu.
Um negociante acolheu-o em sua casa
e ele lá dormiu.

Já na véspera de Natal
chegou a uma pequena povoação.
Foi recebido pelos seus amigos,
que o julgavam perdido então.

Na madrugada do mesmo dia
a casa tentou chegar.
Pensava que ia morrer,
mas não parava de caminhar.

Conseguiu chegar a casa,
depois de muito caminhar.
Ainda tinha a alegria
e um Natal para festejar.

Telma Esteves, 6ºH

Luísa Ducla Soares: «Um escritor deve ter um coração aberto ao mundo»


Luísa Ducla Soares é uma conceituada escritora portuguesa. Nascida a 20 de Julho de 1939, tem-se dedicado principalmente à Literatura Infanto-Juvenil. Fizemos-lhe algumas perguntas acerca do trabalho que tem realizado ao longo de todos estes anos. Entrevista por Bernardo Bacalhau e António Jordão, alunos do 8ºC.

Bernardo e António - Com que idade começou a escrever? E com quantos anos se tornou escritora?
Luísa Ducla Soares - Comecei a escrever aos 10 anos e nunca mais parei.
B. e A. - Foi difícil escrever e editar o seu primeiro livro? E por que o resolveu escrever?
L.D.S.- Por acaso, tive muita facilidade em editar o primeiro livro, o que nem sempre acontece. Aceitaram-mo na primeira editora a que me dirigi. Escrever é a minha paixão, por isso nem consigo viver sem escrever!
B. e A.- E aonde vai buscar inspiração para escrever os seus livros?
L.D.S.- Estou sempre a ter novas ideias, basta passá-las para o papel. Tudo me serve de inspiração: a natureza, um telejornal, um cão abandonado, uma conversa com uma criança…
B. e A. - A sua inspiração é baseada em coisas reais ou é fruto da sua imaginação?
L.D.S.- Baseio-me em coisas reais e noutras inventadas ou misturo ambas.
B. e A.- Qual é a hora do dia em que tem mais inspiração? Porquê?
L.D.S.- Tenho mais inspiração de manhã cedo, quando a cabeça está bem fresquinha...
B. e A.- Qual foi a obra que mais gostou de escrever?
L.D.S.- Já publiquei mais de 100 obras, por isso é difícil dizer. Mas gostei muito de escrever os Poemas da Mentira e da Verdade, O Soldado João e A Cavalo no Tempo, por exemplo.
B. e A.- Quais são as características que um escritor deve ter, que considera importantes?
L.D.S.- Um escritor deve ter capacidade de observação, deve ter um coração aberto ao mundo e... deve saber escrever para o que é necessário ler, ler, ler.
B.e A.- Como escritora qual é o seu género literário favorito? E como leitora?
L.D.S.- Como escritora gosto muito de poesia, ficção científica e contos. Como leitora, também gosto de poesia, de romances e biografias.
B. e A. - Já editou algum livro no estrangeiro? Qual?
L.D.S.- Já editei no estrangeiro Os Ovos Misteriosos e A Nau Mentireta (ambos em várias línguas).
B. e A.- Porque é que recusou o Grande Prémio de Literatura para a Infância com a sua obra A História da Papoila?
L.D.S.- Porque não podia aceitar um prémio dado por um Governo em que existia a censura.
B. e A.- Para além de ser escritora exerce mais alguma profissão? Qual?
L.D.S.- Reformei-me em Julho, mas já fui tradutora, trabalhei em editoras, no Ministério da Educação e na Biblioteca Nacional de Portugal, onde ainda trabalho como voluntária. Continuo a fazer conferências e a fazer muitas sessões de incentivo à leitura nas escolas.
B. e A.- Escrever é o que gosta mais de fazer? Porquê?
L.D.S.- Adoro escrever mas também gosto de conviver com amigos, passear, conhecer crianças, ler, ouvir música. E gosto imenso de animais.

Desta forma, ficámos a conhecer um pouco mais do percurso profissional de Luísa Ducla Soares o que, quem sabe, pode até servir de estímulo ao aparecimento de novos escritores inspirados na obra desta autora. Quanto a nós, saímos mais enriquecidos.

04/12/2009

Prémio da Campanha



A aluna Cláudia Fialho, do 6ºC, é a mais recente premiada da nossa Campanha «Um Livro Sempre à Mão». Pela sua participação irá receber a obra Odisseia, uma adaptação em prosa do poema de Homero pelo escritor João de Barros. Parabéns!